A ascensão do microcinema produzido em smartphones tem revolucionado o setor audiovisual ao combinar acessibilidade técnica com inovação criativa. Festivais dedicados ao smartphone, como o SmartFone Flick Fest, receberam mais de 458 inscrições em 2023 de mais de 60 países, incluindo curtas e até longas metragens, demonstrando a ampliação do alcance desses criadores.
A democratização da produção audiovisual no Brasil, impulsionada pelo uso de smartphones, tornou mais acessível criar vídeos e filmes sem altos custos. Isso gerou novas oportunidades profissionais, incentivou pequenos estúdios e permitiu que histórias locais, produzidas pelas próprias comunidades, ganhassem visibilidade nacional. Esse movimento ampliou a diversidade cultural e descentralizou a produção audiovisual no país.
Um exemplo notável dessa abordagem é o documentário dirigido e produzido pelo filmmaker mobile, Júnior Brandão, que busca resgatar a memória de Taquaruçu, distrito de Palmas (TO), por meio das histórias contadas pelos próprios moradores. Idealizado pelo governador Wanderlei Barbosa, o projeto tem como objetivo eternizar o passado e o presente da comunidade, valorizando sua rica cultura e importância histórica para a capital tocantinense.
“A possibilidade de filmar com o celular democratizou o audiovisual. Hoje, quem vive a história também pode contá-la com sua própria visão. Isso fortalece a identidade local e abre espaço para novos talentos que antes não teriam acesso a equipamentos ou grandes produções”, afirma o filmmaker.
A proposta incorpora o uso de celulares como ferramenta de registro e participação popular, destacando como a tecnologia pode valorizar a voz de quem sempre esteve à margem das grandes narrativas. O trabalho de Brandão, que já assinou o minidocumentário “Taquaruçu: capital por um dia”, é construído com sensibilidade e escuta ativa, respeitando a memória oral, os anciãos e os eventos que moldaram a identidade do distrito ao longo do tempo.
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