Os tempos mudaram. Hoje, mais do que nunca, cada detalhe de nossas ações é monitorado — desde o consumo doméstico até o uso de água nas lavouras. O problema é que esse monitoramento nem sempre é conduzido por pessoas ou sistemas confiáveis.
Sob o pretexto da proteção ambiental, muitas iniciativas acabam se tornando instrumentos de punição: embargos e multas são aplicados de forma indiscriminada, enquanto agentes recebem remuneração para manter práticas que, em vez de promover a sustentabilidade, fragilizam o setor produtivo. Em vez de incentivar o uso de tecnologias e medidas já disponíveis para mitigar os impactos das atividades humanas, opta-se por apontar o dedo para quem produz, instaurando um clima de insegurança.
É urgente encontrar o equilíbrio entre licenciamento, outorga, fiscalização e o desenvolvimento da nossa agricultura irrigada. Monitorar, sim — mas com transparência, critérios técnicos sólidos e, sobretudo, diálogo. Só assim conseguiremos avançar, especialmente no Polo de Agricultura Irrigada do Sudoeste do Tocantins, rumo a um uso cada vez mais responsável da água, sem sufocar quem produz e alimenta o país — e o mundo.
Wagno Milhomem
Presidente da APROEST
Coordenador do Polo de Agricultura Irrigada do Sudoeste do Tocantins
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